A tendinopatia do manguito rotador descreve uma condição de dor e comprometimento do movimento e função do ombro. Geralmente, essa dor é sentida durante a elevação (braço acima da cabeça) e rotação externa do ombro (movimento de tirar a camiseta). Outros nomes equivalentes incluem síndrome do arco doloroso, bursite subacromial, tendinose do manguito rotador e tendinite supraespinhal, ruptura parcial do tendão.
A dor no ombro é comum e aumenta com a idade, geralmente evolui para casos crônicos.
Possíveis Causas:
A patogênese da tendinopatia é multifatorial e, geralmente relacionada à fraqueza ou uso excessivo do tendão.
As estruturas que podem estar envolvidas incluem a bursa subacromial, os músculos e tendões ombro, o acrômio (osso da escápula), os ligamentos e a cápsula articular.
Fatores hipotetizados como contribuintes para o desenvolvimento da tendinopatia incluem:
- Alterações no movimento do ombro associadas à rigidez capsular.
- Disfunção dos músculos estabilizadores do ombro (manguito rotador) e da escápula.
- Uso excessivo devido a trabalho intensivo e sustentado.
- Má postura.
- Doenças metabólicas como diabetes e obesidade.
- Estilo de vida sedentário.
Tratamentos Disponíveis
Os estudos cientificos apontam que o tratamento conservador, focado principalmente em terapias físicas são os mais efetivos.
- Terapia com Exercícios:
- É a intervenção principal e de primeira linha fortemente recomendada para melhorar a dor, mobilidade e função em pacientes com tendinopatia do manguito.
- Tem demonstrado ser eficaz a curto e longo prazo.
- Exercícios progressivos supervisionados e/ou feitos em casa são eficazes e podem levar a resultados semelhantes aos da cirurgia de descompressão do ombro a longo prazo para dores persistentes.
- Múltiplas formas de exercício são benéficas, incluindo exercícios de estabilidade escapular, fortalecimento do manguito rotador e flexibilidade do ombro. É priorizada devido à sua eficácia clínica (equivalente à cirurgia), custo-eficácia (menos dispendiosa que a cirurgia) e outros benefícios associados à saúde.
- Embora a evidência esteja crescendo, a identificação do tipo, dose e duração ideais de exercício ainda requer pesquisa contínua.
- Pacientes podem realizar exercícios em casa e/ou em clínicas, com alguma percepção de desconforto (sentir uma dor leve durante o exercício, mas a dor some ao parar), e os exercícios devem incluir resistência, com duração esperada de 12 semanas de tratamento.
- Terapia Manual:
- Pode ser integrada como terapia adicional com uma forte recomendação quando combinada com exercícios, pois pode reduzir ainda mais a dor e melhorar a função a curto prazo.
As tecnicas de terapia manual incluem mobilizações articulares, técnicas específicas de tecidos moles, manipulações, mobilizações neurais e mobilizações com movimento da cintura escapular ou coluna.
- Pode ser integrada como terapia adicional com uma forte recomendação quando combinada com exercícios, pois pode reduzir ainda mais a dor e melhorar a função a curto prazo.
- Fisioterapia Multimodal:
- Definida como tratamento não cirúrgico combinado que pode incluir modalidades físicas passivas, exercícios, terapia manual, taping, corticosteroides ou eletroterapia.
- Injeção de Corticosteroides:
- Uma recomendação moderada pode ser feita em relação à sua significância clínica como tratamento isolado ou em adição à terapia baseada em exercícios. Pode ser considerada um tratamento de segunda linha.
- Programas de Exercícios Domiciliares:
- O ensino de pacientes com dor no ombro sobre como realizar um programa de exercícios domiciliares por dois meses melhorou a função do ombro, reduziu a intensidade da dor e o consumo de medicação para alívio da dor. Também resultou em melhora na amplitude de movimento do ombro (flexão, abdução e rotação) e na capacidade de controlar e lidar com a dor crônica.
- Um bom programa domiciliar pode reduzir em até 80% a necessidade de cirurgia em três meses.
- O ensino de pacientes com dor no ombro sobre como realizar um programa de exercícios domiciliares por dois meses melhorou a função do ombro, reduziu a intensidade da dor e o consumo de medicação para alívio da dor. Também resultou em melhora na amplitude de movimento do ombro (flexão, abdução e rotação) e na capacidade de controlar e lidar com a dor crônica.